Em parceira com a Confebras, realizamos o Hackathon Coop+. Esse texto é de autoria da equipe de comunicação da Confebras, e conta mais sobre como foi o processo.
O Festival Coop+, o maior evento digital do Cooperativismo Financeiro, encerrou ontem, dia 18, com palestras, workshops e uma atividade inédita: o Hackathon Coop+, reunindo a seleção das melhores soluções colaborativas em forma de maratona. Durante três dias, contando o aquecimento, um total de 52 participantes de sete sistemas cooperativos diferentes formaram times para apresentar novas propostas ao setor.
Promovido pelo Confebras e o Grupo Anga, o Festival teve a participação da empresa 08 Inovação Consciente na condução da maratona. As cinco equipes montadas apresentaram o melhor da inovação em projetos contemplando a organização de eventos, um programa de moeda única (similar ao formato de milhagem para troca de benefícios), uma plataforma digital para conectar boas práticas entre as cooperativas e eventos para lideranças e capacitação. Atraindo um público jovem e dinâmico, a iniciativa premiou o Grupo Intercoop (Daniel Edson, do Sicoob União dos Vales – São Miguel do Anta/MG; Sherley Silva, da Viacredi Ailos, de Blumenau/SC, Hamilton de Souza Menezes, do Sicoob Acre-Rio Branco/AC e Renato Costa, do Sicoob Divicred – Divinópolis/MG) pela criação de uma plataforma para conectar as cooperativas e seus *cases*. Os vencedores ganharam um workshop de confiança criativa e a assinatura digital da Revista HSM por um ano, oportunidade de leitura estendida aos demais participantes ao final da maratona.
RETOMADA DA ECONOMIA
E se o Cooperativismo Financeiro passasse a ser agente de retomada da economia brasileira? Esse foi o tema do painel de encerramento do Festival, que reuniu algumas das principais lideranças do setor. O presidente da Confebras, Kedson Macedo, fez a abertura, às 19h, que teve dois blocos de discussão e contou com a participação da audiência, que interagiu com perguntas e sugestões. Os presidentes dos sistemas Ailos e Unicred, Moacir Krambeck e José Maria de Azevedo, falaram sobre como as cooperativas devem ocupar os espaços deixados pelos bancos. “Bancos veem números e nós, cooperativas, vemos pessoas. Esse é o segredo da nossa competitividade”, pontuou José Maria. Para o presidente da Unicred, a aproximação com o cooperado e a valorização do colaborador são o segredo do negócio cooperativista.
Moacir, presidente da Ailos, foi categórico ao defender a união do sistema cooperativista para um ganho de escala como forma de vencer as batalhas que certamente virão pela frente, principalmente para as cooperativas menores, e também para o melhor retorno ao cooperado. Durante o primeiro bloco, os convidados também citaram a tecnologia como ferramenta poderosa para que a intercooperação se torne realidade e reiteraram a importância da educação financeira e cooperativista nas escolas como forma de trabalho de base para o desenvolvimento do sistema e de uma sociedade mais colaborativa.
Para o segundo bloco do painel, foram convidados os presidentes dos sistemas Bancoob e Sicoob, Cooperforte e Cresol, Marco Aurélio Almada, Edson Machado Monteiro e Cledir Magri, respectivamente. Segundo Almada, o segredo da relevância do cooperativismo no desenvolvimento das comunidades é o envolvimento que ele produz com a sociedade local. Cledir chamou a atenção para a importância de pensar o Cooperativismo Financeiro a partir de uma perspectiva além do crédito. “Somos instituições financeiras completas, conseguimos atender na plenitude a necessidade dos nossos cooperados. O cooperativismo faz gestão de risco e procura desenvolver um caminho inverso daquele trilhado pelos bancos, principalmente em momentos de crise”, reforçou. Edson falou da importância de desenvolver a cultura cooperativista junto às comunidades.
Participação, digitalização e a inovação como indutores das ações do Cooperativismo Financeiro foram as palavras de ordem do presidente da Confebras, Kedson Macedo, no encerramento do evento. Para ele, um dos grandes desafios é encontrar a resposta sobre o que as cooperativas vão atender as necessidades dos seus cooperados. “Não podemos esquecer que inovar também é fazer com simplicidade, atentar-se ao que é óbvio e sabemos que funciona para desenvolvermos cada vez mais um cooperativismo puro e pujante que realmente entrega o que a sociedade brasileira espera”, finalizou.
CONVERSAS DE IMPACTO
O Festival ainda contou com salas paralelas na quinta-feira, sob o tema Conversas de Impacto. No workshop “Trabalho Remoto: evolução dos paradigmas de gestão e cultura”, Klyns Bagatini e Leonardo Marques, da consultoria Tribo, apresentaram o case do Sicoob Credicitrus, instituição que, atualmente, tem cerca de 80% do quadro de funcionários trabalhando em home office. Marcio Bailão, supervisor de Infraestrutura da cooperativa, contou a experiência. “Fazemos reuniões diariamente, durante aproximadamente 15 minutos, para alinhar as decisões. Tem funcionado muito bem”, conclui. No caso da Credicitrus, o trabalho remoto já estava contemplado no planejamento estratégico e a pandemia apenas acelerou o processo.
Sob o tema “O perfil do novo consumidor de produtos financeiros pós-pandemia”, outra sala virtual reuniu o pessoal da comunicação e tecnologia. Jan Diniz, CEO da 08, falou da falta de protocolos para uma convivência presencial segura. Em meio à lenta retomada da economia, o sistema financeiro se une ao ramo eletrônico, às plataformas de comunicação, onde concentram-se várias oportunidades, na sua visão. Entre as falas recorrentes no workshop, uma evidência: os jovens têm prioridade de acesso antes mesmo da posse de um bem, o que exige um reposicionamento das marcas. Quanto às fintechs, Rogério Pereira da Silva, Head de Inovação do Sicoob Metropolitano, foi claro: “Elas simplificam o sistema financeiro, por isso são amigáveis”. Nos debates, os jovens revelaram o que mais se espera desta geração: um crescente engajamento com o mundo cooperativista.
O Festival Coop+ foi realizado entre os dias 17 e 18 de junho, totalmente online e com transmissão ao vivo, com a participação de centenas de internautas do meio cooperativista. O evento teve o apoio da Cresol Confederação, Sicoob Confederação e Bancoob, Sicoob Central Cecresp, Tokio Marine Seguros, Central Ailos, CNAC, Cooperforte, FGCoop e HDI Seguros.